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segunda-feira, 2 de agosto de 2010

AVENIDA SANTA CRUZ (poesia)

Andar à toa, ou quase à toa
É o jeito do poeta
De quem não se importa com a vida.

Nem sempre sou: às vezes estou a refletir
E sofrer a precariedade da vida
E a fragilidade do ser humano.

Quando não sou: vejo-me andando
Pela Avenida Santa Cruz,
Desligado, sozinho,
Confabulando com a vida.

Avenida de tantas recordações,
Outrora recanto de mariposas,
Das aventuras amorosas passageiras,
Passagem obrigatória dos imigrantes italianos
Rumo ao “Bairro da Conceição”, no amanho da terra.

Avenida Santa Cruz,
Hoje, redimida.
Berço das festas e congraçamento de um povo heróico:
As Congadas.

Das lembranças das carreatas,
Das procissões de Semana Santa,
Do desfile de carros em silêncio
Rumo ao velório, num pranto de saudade.

Palco das festas dos calouros da “Agronomia”,
Das algazarras das crianças
Da “Escola Estadual Gabriel Odorico”
Das alvoradas dos grandes eventos festivos,
Do som estridente das baterias das Escolas de Samba.

Voltando a mim, sou de novo um poeta sentimental,
O bom na Avenida Santa Cruz
É entregar-se a vida inconsciente
Com as estrelas do firmamento.

Bom da Avenida é ficar olhando a vida,
Como quem olha uma rosa, prestes a desfolhar,
No jardim de minha casa,
Bom da Avenida é sentir o tempo
Nas suas transmutações e surpresas.

Avenida Santa Cruz,
Em cada verso, eu te consagro!


* Este poema é parte integrante do livro “Saudades de Machado” do Comendador, jornalista, poeta, escritor e  Presidente da Academia Machadense de Letras Abel Faleiro.
O jornalista – que a partir desta edição passa a ser um dos nossos colaboradores – é membro da Associação Mineira de Imprensa, membro honorário da Academia Vilhense de Letras de Rondônia e membro da Associação Sul Mineira de Imprensa.

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