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sexta-feira, 8 de abril de 2011

“RAPSPARÓDIA” PRO NOEL

Seu garçom, faça o favor, não tenha pressa.
Não quero média nem pãozinho e nem água.
Quer’ u’a branquinha, que é pra me espantar a mágoa,
Depois u’a sopa, que esta vida não está sopa.

Este vestido, que já está virando estopa,
Foi o primeiro que hoje vi no guarda-roupa
Com esta roupa, então, eu vim ver meu amigo
No botequim ele vem almoçar comigo.

Ah! Lá vem o Noel.
Não é bacharel.
É um tremendo “dum” bamba.
Vem de Vila Isabel
E tudo em que ele põe a mão se transforma em samba.

É... Fala, seu Noel!
Eu sou Bacharel
Mas “num” arrisco nenhum samba
Em minas eu nasci e em São Paulo eu estudei
Sempre na corda bamba.

Toma aqui, viu, seu Noel, um presentinho meu.
Não se ria, que, quem fez, de samba não tem nada.
É uma paródia (ou seria rapsódia?!)
Gostaria que ela fosse de algum jeito aproveitada.

Seu garçom, já vou embora, tá ficando tarde.
Meu serviço não espera que meu amigo eu aguarde.
E faça-me o favor de pedir ao seu gerente
Que pendure a minha conta no cabide ali em frente.

*Guilhermina Lopes

Poços de Caldas-MG

Poema foi escrito em homenagem ao centenário de morte do compositor brasileiro Noel Rosa (1910-1937). São feitas referências a quatro canções do compositor: Conversa de Botequim, Com que Roupa, Feiti8ço da Vila e Palpite Infeliz.



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