Seguidores

sexta-feira, 8 de abril de 2011

VERSOS MOLHADOS

Nuvem vaporosa, gasosa, trovejante;
Cascata neblinada, irisada, risonha, barulhenta;
Rio garboso, formoso, limítrofe;
Lago charmoso, calmo, espelhante;
Fonte singela à espera de romance a cada instante...

Neblinas nas colinas;
Gotas de chuva escorregantes;
Riachos a descer pela rua e nas encostas dos morros;
Alvas cobertas dos Andes e Alpes e Himalaias...

Água, a presença, a  vida...
Água, a ausência, a morte...
Na pura limpidez, potável;
Na dura impureza, poluída...

Os dias e as noites não passam sem ela...
As semanas e os meses não existem sem ela...
O céu a verte e a terra a bebe,
O mar a guarda onde o rio a leva.

Falta água para lavar misérias,
Falta chuva para apagar desertos,
Falta consciência para punir dejetos,
Falta amor para banhar progressos...

Áridos corações, semi-áridos agrestes;
Ávidas inundações, barragens monumentais;
E a alma tem pena,
Mas a razão não aceita
O clamor da cigarra
E o desespero da lagarta
No afogar dos minimundos.

Água azul dos mares, verde das florestas,
Água vermelha dos rios, escura dos lagos,
Ouça todos os pedidos dos poetas!
Leve com a energia também a sensatez!
Transporte nos barcos a compreensão!
Chova para dentro das fontes o fim das sedes!

Pingo que pinga de pingo em pingo
Pela perda de todos os desperdícios,
Seja a certeza de voltar ao seu habitat,
Que toda a umidade resume em versos
No dia em que a chuva molha
Um mundo imundo!...

Pseudônimo: Hottentotte
Obs: poema editado
*ROQUE ALOÍSIO WESCHENFELDER
SANTA MARIA-RS

Nenhum comentário:

Postar um comentário