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quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DESPERTANDO A IMPACIÊNCIA



Despertando a Impaciência


            Um senhor, que não havia ajustado seu despertador, colocou-o sobre uma cadeira, para que pudesse despertá-lo no final da madrugada. Ele acabou perdendo a hora tendo que sair às pressas. Deixou o pobre e desolado despertador sobre aquela superfície insegura. Com o passar do tempo, este foi perdendo a paciência, devido ao “chá de cadeira” que estava tomando.
            Por incrível que pareça o seu temperamento explosivo era motivo de chacotas: Dependendo dos seus ponteiros demonstrava ora um sorriso aberto: (13h: 45 min), ora um semblante fechado: (17h: 40 min). A cadeira, sempre tímida e de “pernas abertas” começou a matutar quanto àquele folgado. Criou coragem e perguntou sarcasticamente:
            – Escute aqui: será que “você não se enxerga”, não hein?
            Com muita paciência ele respondeu:
            – Fique tranqüila; daqui a pouco vou colocar a boca no trombone... Vou incomodar todo o mundo! Tenha calma; em breve sairei.
            –Acho bom mesmo! Sou uma cadeira de respeito. Disse ela.
Quando os ponteiros marcaram 4 horas, o relógio começou a falar mal de deus e todo o mundo. Nisso entra no quarto o filhinho de quatro anos. Ele, inocentemente segura o despertador pela alça e o arremete contra o chão, despedaçando-o completamente.
            A cadeira não se conteve e começou a rir às pregas despregadas. O menino – muito curioso – acabou subindo sobre ela. O pirralho não parava quieto. Era um tal de sobe e desce que não acabava mais.
            Então ela tomou uma decisão drástica: Quando o fedelho subiu novamente, ela gingou de tal maneira que ambos acabaram caindo. O menino se pôs a chorar como se tivesse visto um fantasma.
            Sua mãe entrou no quarto e viu a desordem montada. Não podia acreditar que seu filho tinha acabado de destruir o relógio. Como não estava a costumada a bater nele, ela descontou sua fúria sobre a pobre cadeira. A dona da casa segurou-a pelo encosto, e jogou-a contra a parede, transformando-a em um monte de madeira inútil. A dona retirou-se dali levando o menino consigo. No silêncio daquele quarto dois objetos silenciosamente moribundos se acusam. 

De: Agamenon Troyan

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