O dia surge, um olhar que deslumbra
Sol abraçando o mundo em claridade
Treva sugando a noite na penumbra
Duas forças opostas, liberdade.
Molhando a terra a chuva condoída
Levando ao solo pranto que afaga
Suspira a semente grão rogando vida
No mesmo lema escassez em fraga.
Definha a vida a flor pálida e triste
A sede cobre a pétala que murchou
Na lágrima faltou pranto, que acinte
Canta a natureza alento não soprou.
Olhando a janela, o coração aflito
Descubro o dilema obra e criação
O vento vem soprando, rir e insisto
Quão sublime o mistério extensão.
No espelho o rosto triste dos invernos
Dos verões, outonos, quimera amiúde
Roubados dos anos, rios, primaveras
Que contraste Deus, vida e ataúde.
Horas sou chão firme, forte, poema
Noutras, solidão companhia ativa
As vezes, serenidade que amena
Horas furacão farejando a vida.
De repente o amor correu liberto
Que faço das correntes no porão!
Pedi o tino, no rastro só deserto
Atônitos, errantes, amor e coração
Pseudônimo: clarissa
*SONIA NOGUEIRA
FORTALEZA-CE
Nenhum comentário:
Postar um comentário