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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

PAISIAP – Programa de aperfeiçoamento individual e sistemático para a intensidade do amor paterno

Se uma sigla fosse suficiente, ela poderia correr em debate. Não é.
No Concílio Vaticano II os padres pediram aos pais: “ Os jovens devem ser instruídos convenientemente e a tempo, sobretudo, no seio de sua família, sobre a dignidade, a função e o exercício do amor(...) , a fim de que possam (...) e ter uma vida adulta honesta”.
Tal pedido reza o ideal e, o ideal só existe no irreal.
Neste mês de Agosto, comemoramos o “Dia dos Pais”.
Na Pernambucanas há um chamado: “ venha hoje mesmo na Pernambucanas e compre um presente especial para comemorar esta data tão importante juntinho ao seu pai”.
Em todo lugar há um chamado assim. Corram mulheres-esposas e filhos, o Papai está esperando o seu abraço! Surpreendam-no com um abraço acompanhado de um lindo presente!
E todos correm para responder ao chamado, pensando/sentindo ser esta a melhor forma de comemorar e mostrar amor.
Os pais recebem seus presentes, abrem-nos, sentam-se à mesa para um lindo almoço em família. Todos saem da mesa, e cada qual deita-se a um canto para a sesta. Acordam dali, sentam-se para a TV e o dia se vai.
No próximo ano, em Agosto, as lojas se incumbirão de lembrar-nos, mais uma vez, esse dia de festa, essa data querida.
Desculpem-me a forma, mas é isso mesmo que, de um modo geral, acontece. Os dias são marcados no calendário com datas ditas importantes e o valor que lhes damos está ligado ao poder do nosso bolso.
A tendência da nossa cultura encaminha-se para a emoção e, como ela é circunstancial, tende a se afastar de nós, rapidamente.
O critério das relações afetivas é algo mais denso que exige de todos nós um trabalho de co-operação e, por isso mesmo, envolve uma carga de desprendimento do nosso ser-pessoa junto ao Outro que a nós está ligado.
A tarefa da vida familiar necessita da presença contínua e persistente dos pais, pois, ao fundar uma nova família, forma-se uma nova cultura para cada novo casal, fruto da combinação peculiar de elementos que se repetem, modificam ou divergem do acervo trazido da casa de cada um dos pais.
Daí o cuidado. Cabe acima de tudo aos pais a tarefa que a escola (por exemplo) dificilmente viria a suprir na ausência deles: a formação da consciência moral dos filhos, com reflexos em sua visão sobre as relações com o Outro, em uma moldura de ética cristã.
E nós sabemos que, de uma forma  geral, toda a educação dos filhos é tarefa materna, dentro das famílias. Sabemos também que somos fruto de uma cultura e até que amaduraçamos todos e deixemos morrer as últimas sementes, para extinguir os indevidos laços, muito tempo hemos de esperar.
Dadi Jandi, coordenadora internacional de Brama Kumaris, usa uma metáfora orgânica muito contundente que exemplifica: “  A maneira feminina de usar o poder é espalhá-lo, a fim de aumentar o crescimento em diversas áreas, e o princípio masculino é fazer crescer apenas em alguns lugares específicos. Qualquer pessoa que tenha se envolvido em jardinagem e cultivo sabe que, se você concentrar muito o fertilizante, tudo vai morrer. Se você espalhá-lo ao redor, faz com que tudo cresça”.
Penso que “o Amor é o que torna a visão sistêmica possível. É apenas uma visão de amor que permite ao indivíduo levar o todo em consideração e atuar espontaneamente, muitas vezes de maneiras que, mais tarde, só podem ser explicadas como milagres” , diz ainda a autora.
Uso tais palavras aqui como um convite aos Pais.
Ao fundarem suas famílias vocês o fizeram por um ato de amor. Que tal se este mesmo ato continuar presente no cotidiano de suas vidas, para que, ao responderem às perguntas dos seus filhos, vocês ofereçam argumentos bem refletidos sobre o valor da vida e sobre a formação de uma consciência reta.
Os filhos precisam oferecer muito mais que presentes aos pais. Os filhos querem o abraço dos pais; querem a sua palavra; querem o seu exemplo; querem seguir seu modelo.
Os filhos são uma gota de espermatozoide, aquela gota que vingou num momento de amor. O resultado Fo seu crescimento, do seu viço, é tarefa da cada pai.
Que você, hoje, pai, possa manifestar esse desejo de viver cumprindo a sua tarefa e espalhando o adubo necessário para que seus frutos sejam saudáveis.
O nosso carinho; o nosso sorriso; o nosso abraço; a nossa esperança. Parabéns!

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