“E o homem se unirá a sua mulher e os dois
serão uma só carne...” Esta frase bíblica leva-nos a acreditar no amor, o mesmo
amor que nos conduz ao altar, num belo dia escolhido para ser marca em nossa vida e ser, ainda, festejado a cada
ano que se soma de vida numa relação a dois.
Mas, para chegar ao altar, nós passamos por
outras fases anteriores e uma delas é o namoro.
O namoro é um tempo em que os casais se
encontram, depois de terem sentido a atração que os faz apaixonarem-se, para se
conhecerem melhor, ficarem a sós e sentirem que suas razões se fundem.
Em 1949, o publicitário João Dória, retorna
do exterior trazendo a ideia de
homenagear os casais apaixonados e sugere a criação do Dia dos Namorados.
A
data escolhida, 12 de Junho não tem outra justificativa original a não ser que
é véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.
Alguns justificam que o mês de Junho foi
escolhido porque os comerciantes acreditaram ser muito bom mês, pois o comércio
não é muito fluido neste tempo e, com a comemoração, abriria uma ótima
oportunidade de venda. Então, a partir daí, vivenciamos as mais variadas
atitudes para festejar data tão rendosa.
Atualmente, o dia dos namorados e o próprio
namoro em si sofreu grandes mudanças. Já
não existem conquistas românticas como existiam no passado.
Naquele tempo, a jovem moça esperava ansiosa
o pedido de namoro que deveria ser feito pelo rapaz, depois de algum tempo de
flertes e esperanças. E quantas advertências sofriam as pobres moças para
tomarem cuidado com facilidades, pois um bom moço só teria a seu lado uma moça
séria, sem muitas liberdades.
Os tempos mudaram... e como ! Por um lado, com um sabor positivo,
pois a jovem, hoje, não fica mais esperando para cumprir o seu desejo; por
outro lado, perdeu-se um tanto do romantismo que descompassava corações.
Atualmente, veem-se namoros via internet. Li
um email cujo título era: “ Vox namoros” que dizia o seguinte: Vamos namorar?
Faça seu cadastro. Dica: capriche preenchendo o perfil e inserindo fotos.
Busque pessoas de acordo com sua preferência”. Não ficava só nisso, mas
ative-me ao essencial.
Será que há batidas de coração numa conquista
assim?
O fato de os tempos mudarem é causa para não
se entrever mais um confronto, um desejo, uma admiração no olhar de alguém?
Será que, com os pés no passado, com
lembranças de beijos roubados, nossas cabeças não conseguem pensar nesses meios
tão adversos, tão virtuais, como uma forma saudável de se conhecer?
Parece-nos paradoxal pensar essa forma tão
obtusa e confrontá-la com propagandas românticas, encontradas nas vozes do
rádio e nas vitrines das lojas que esmeram em multiplicar corações vermelhos
(da cor da paixão), com grande brilho para chamar a atenção dos namorados.
Será verdade ainda que todas as criações do
século XXI, fundamentadas no sentimento, na emoção, na imaginação têm valores
relativos?
O que antes se dizia risco ou disciplina
passou a fazer parte da liberdade individual e nós não nos apropriamos ainda de
tamanha controvérsia. Tal ideia é real ou virtual em nossas cabeças pensantes?
Em tudo nos é difícil separar o que é real do
sonho, pois, a vida que é nossa por bem e direito, é direcionada para um canal
fechado de ideias e conclusões, das quais não tomamos parte e não sabemos
também como sair de tantas intervenções.
Dia dos namorados, 12 de Junho, véspera de
Santo Antônio. Talvez, u´a boa data para rezar ao santo, pedindo clareza para
que nossos sentimentos não nos deixem na mão, para que nossas atitudes ligadas
ao coração nos encaminhem para uma boa escolha.
Não custa ainda, também, pedir ao santo que,
ao nos colocar de frente ao nosso par, que capriche bem, pois, segundo Deepak
Chopra “seja qual for o relacionamento
que você atraiu para dentro de sua vida, numa determinada época, ele foi aquilo
de que você precisava naquele momento”.
Não se afobem, portanto. Tenham cautela para
que nada lhes tire os ânimos. Amar é bom, ser amado(a) é ótimo e ser feliz é um
direito de cada um.
Que o dia 12 ofereça a todos que esperam, um
lindo presente e, acima de tudo, uma boa “ outra metade”.
*Olga Caixeta é membro da Academia Machadense
de Letras
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