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segunda-feira, 1 de julho de 2013

DIA DOS NAMORADOS (Olga Caixeta)





“E o homem se unirá a sua mulher e os dois serão uma só carne...” Esta frase bíblica leva-nos a acreditar no amor, o mesmo amor que nos conduz ao altar, num belo dia escolhido para ser marca  em nossa vida e ser, ainda, festejado a cada ano que se soma de vida numa relação a dois.
Mas, para chegar ao altar, nós passamos por outras fases anteriores e uma delas é o namoro.
O namoro é um tempo em que os casais se encontram, depois de terem sentido a atração que os faz apaixonarem-se, para se conhecerem melhor, ficarem a sós e sentirem que suas razões se fundem.
Em 1949, o publicitário João Dória, retorna do exterior  trazendo a ideia de homenagear os casais apaixonados e sugere a criação do Dia dos Namorados.
 A data escolhida, 12 de Junho não tem outra justificativa original a não ser que é véspera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.
Alguns justificam que o mês de Junho foi escolhido porque os comerciantes acreditaram ser muito bom mês, pois o comércio não é muito fluido neste tempo e, com a comemoração, abriria uma ótima oportunidade de venda. Então, a partir daí, vivenciamos as mais variadas atitudes para festejar data tão rendosa.
Atualmente, o dia dos namorados e o próprio namoro em si  sofreu grandes mudanças. Já não existem conquistas românticas como existiam no passado.
Naquele tempo, a jovem moça esperava ansiosa o pedido de namoro que deveria ser feito pelo rapaz, depois de algum tempo de flertes e esperanças. E quantas advertências sofriam as pobres moças para tomarem cuidado com facilidades, pois um bom moço só teria a seu lado uma moça séria, sem muitas liberdades.
Os tempos mudaram...  e como ! Por um lado, com um sabor positivo, pois a jovem, hoje, não fica mais esperando para cumprir o seu desejo; por outro lado, perdeu-se um tanto do romantismo que descompassava corações.
Atualmente, veem-se namoros via internet. Li um email cujo título era: “ Vox namoros” que dizia o seguinte: Vamos namorar? Faça seu cadastro. Dica: capriche preenchendo o perfil e inserindo fotos. Busque pessoas de acordo com sua preferência”. Não ficava só nisso, mas ative-me ao essencial.
Será que há batidas de coração numa conquista assim?
O fato de os tempos mudarem é causa para não se entrever mais um confronto, um desejo, uma admiração no olhar de alguém?
Será que, com os pés no passado, com lembranças de beijos roubados, nossas cabeças não conseguem pensar nesses meios tão adversos, tão virtuais, como uma forma saudável de se conhecer?
Parece-nos paradoxal pensar essa forma tão obtusa e confrontá-la com propagandas românticas, encontradas nas vozes do rádio e nas vitrines das lojas que esmeram em multiplicar corações vermelhos (da cor da paixão), com grande brilho para chamar a atenção dos namorados.
Será verdade ainda que todas as criações do século XXI, fundamentadas no sentimento, na emoção, na imaginação têm valores relativos?
O que antes se dizia risco ou disciplina passou a fazer parte da liberdade individual e nós não nos apropriamos ainda de tamanha controvérsia. Tal ideia é real ou virtual em nossas cabeças pensantes?
Em tudo nos é difícil separar o que é real do sonho, pois, a vida que é nossa por bem e direito, é direcionada para um canal fechado de ideias e conclusões, das quais não tomamos parte e não sabemos também como sair de tantas intervenções.
Dia dos namorados, 12 de Junho, véspera de Santo Antônio. Talvez, u´a boa data para rezar ao santo, pedindo clareza para que nossos sentimentos não nos deixem na mão, para que nossas atitudes ligadas ao coração nos encaminhem para uma boa escolha.
Não custa ainda, também, pedir ao santo que, ao nos colocar de frente ao nosso par, que capriche bem, pois, segundo Deepak Chopra “seja qual for o relacionamento que você atraiu para dentro de sua vida, numa determinada época, ele foi aquilo de que você precisava naquele momento”.
Não se afobem, portanto. Tenham cautela para que nada lhes tire os ânimos. Amar é bom, ser amado(a) é ótimo e ser feliz é um direito de cada um.
Que o dia 12 ofereça a todos que esperam, um lindo presente e, acima de tudo, uma boa “ outra metade”.

*Olga Caixeta é membro da Academia Machadense de Letras

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