Reli um texto do Affonso Romano de
Sant´Anna, do Caderno Cultura do Jornal Estado de Minas de Junho de 2010, com
este mesmo título: O Craque. E era tempo de Copa.
O autor começa o assunto perguntando: “
O que é um craque? O que tem o craque que o não craque não tem?”
Não sou amante do
futebol, mas como o controle da TV fica sempre à mercê de quem gosta, acabo
algumas vezes assistindo. E digo, até que não é tão ruim.
Mas... o que nos estão prometendo os pés
dos nossos craques? Estaremos seguros com os fortes pés do nosso craque Neymar?
Vamos esperar.
Romano diz que o craque não procura a
bola; ela lhe vem aos pés e ainda diz que a galera gosta mesmo é do craque que,
mesmo sabendo que o é, finge que é como os demais.
Parece-nos que,
nesse sentido, Neymar “ tá dentro”. Até hoje tem mostrado simplicidade nos
gestos e no trato: vamos ver o que acontece com sua ida à Europa.
E os demais
jogadores da seleção, os que fazem a tabela e colocam a bola nos pés daquele
que faz o gol, não são craques? Por que, enquanto uns poucos valem milhões,
outros tantos recebem tão pouco mérito?
Não me venham
dizer que não sei o que estou dizendo, pois eu já sei o que sei e o que não
sei. Faço considerações.Craque é o que faz gol, já que este é o objetivo do
jogo, ganhar em gols. São eles, os gols, que rendem milhões e não um mero chute
para esquerda ou para direita.
O Brasil começou
bem com uma goleada de 3 X 0: os japoneses não abriram bem os olhos e a bola
passou por baixo dos seus pés que são menos craques. Será que nós,
brasileiros,vencemos porque somos mais craques ou porque eles são menos?
Com estas alternativas, podemos ainda
correr o risco, nos próximos embates, mas, se craque é craque, como explicar o
paradoxo?
Em 2013 disputamos a Copa das
Confederações que poderá ser apenas um ensaio para 2014. Tomara nosso ensaio
seja venturoso para ganharmos novas esperanças para o futuro. Perder dentro da
própria casa não é nada prazeroso e que nossos santos todos estejam acordados
para empurrar a bola. Temos de pedir a eles também que ajudem os centroavantes,
os laterais esquerda e direita, a retranca e o ataque a lançar bola e colocá-la
nos pés daquele para quem a redondinha sempre corre: o craque.
É grande responsabilidade, mas não para
isso que se gastam milhões?
E em cada época há um novo craque, sem
dúvida.
Vejamos quantos pés abençoados já vieram
depois de Pelé. E não intento fazer comparações, cada um tem seu estilo, cada
um tem suas características próprias.
Se o que interessa é fazer gol, não
podemos nos queixar, temos feito e mostrado que o Brasil é um país abençoado
por Deus.
E no segundo jogo que o Brasil joga, já
temos uma nova mostra. Neymar corre, Neymar chuta, Neymar faz gol. Neymar é craque. E está recebendo já uma grande
coroa, repassada de tempos em tempos para fazer história.
Pés que galgam os campos com ligeireza,
determinação e sabedoria. Tudo isso caracteriza o craque e descaracteriza os
outros dez pares de pés que estão no campo para passar a bola. Craque é um só,
pois, somente alguns se tornam estrela, mesmo todos tendo, também, o seu
brilho.
Fecho meu pensamento como Romano: quem
tem craque vai às finais, quem tem craque ganha à Copa em todo tempo e lugar.
*Olga Caixeta é membro da Academia
Machadense de Letras
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