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sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Bioética: o apogeu de uma nova era (Renata Santinelli)


A vida constitui-se de tensões, guerras, crises, e em face a tal desajuste social, há de se ressaltar o crescimento exacerbado da produção científica e tecnológica. Ante a esse desenfreado crescimento está a Bioética. As controvérsias setoriais da bioética estão suficientemente adiantadas para que possamos voltar, com frutos, à sua natureza e abrangência. Não há que se contestar que o alcance de uma visão clara do que é bioética pode facilitar, a convivência pacífica, necessária em nosso mundo, preservando a liberdade de consciência e os particularismos 
               Bioética é um neologismo derivado das palavras gregas bio (vida) e ethike (ética).  Trata-se de um estudo, uma disciplina , onde se analisam as condutas do homem no âmbito da ciência da vida e da saúde, sendo essa conduta examinada à luz de valores e princípios morais. Tal exposição, almeja a um certo esclarecimento que seria inútil caso o conceito de bioética fosse límpido transparente e compartilhado. As ocorrências não são de pouco peso também para as matérias de bioética.
               Para que se tenha algo a que se apegar no princípio, tomemos como base os conceitos trazidos a nós pelo respeitado H. Tristam Engelhardt[1]. Esse autor compartilha conosco o desejo de ver implementadas normas comuns, justas em harmonia com as convicções religiosas, na medida do possível.
               Aderimos ao conceito de bioética como disciplina que aceita o diálogo leal e esclarecido entre visões inicialmente divergentes e aparentemente de difícil solução.
               A bioética não possui e não pode possuir uma definição ou uma fundamentação ética comum. Os bioeticistas não comungam uma mesma fundamentação antropológica, ainda que devam chegar em profunda harmonia a um consenso sobre princípios e diretrizes. Por isso a bioética situa-se em uma encruzilhada cujo conteúdo varia com o tempo.
               Os avanços alcançados pelo desenvolvimento científico e tecnológico nos campos da biologia e da saúde, principalmente nos últimos quarenta anos, tem colocado a humanidade frente a situações até pouco tempo inimagináveis.
               Mas, ao contrário do que se pensa, a atual pauta de bioética internacional não diz respeito somente à situações emergentes proporcionadas por avanços como aqueles alcançados no campo da engenharia genética e seus desdobramentos, mas também às situações persistentes, relacionadas principalmente com a falta de universalidade no acesso das pessoas aos bens de consumo sanitário e à utilização desses benefícios por todos os cidadãos indistintamente.
               O maior desafio para a bioética será encontrar uma forma adequada, harmônica e justa de chegar-se a um consenso frente as inovações tecnológicas e científicas no passar dos tempos.
               No próximo, caro leitor, falaremos sobre Células tronco e transplante de tecido fetal.


*Renata Santinelli – professora das Faculdades de Serviço Social, Redes de Computadores e Gestão Ambiental do CESEP e professora de Bioética da Faculdade de Ciências Médicas da Unifenas.



[1] JR, H. Tristam Engelhardt. Fundamentos da Bioética. 1998.

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